Cantou Verso, Prosa e Pneu





O meu amigo disse adeus
Cantou carro, gasolina e pneus.
Deu um cavalinho de pau no breu 
E o beijo daquela menina que perdeu.

A noite é triste, é cruel.
Os carros passam na avenida
Sem ao menos dizer adeus
É a vida
Tão frágil e pequenina
Pode acabar num ranger de pneus.

Ainda ouço o barulho dos motores
Girando, rodando Como um Carrossel.
Fumaças de cinzas
Bitucas de cigarros largadas na esquina
Um copo da sua melhor bebida
E ele não me disse adeus
Num cantar de pneus
Cantou verso, prosa e poesia.
A vida é cruel
Pagou meu uísque
Fazendo-me de Raphael
A vida é um crime 
E eu sou seu réu.

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