Onde as Bocas se Calam

Onde as bocas se calam
Ouvem-se os uivos dos ventos,
Os estalos dos beijos,
Ausentes de sentimentos.



Onde as bocas se calam
Sonhos em devaneios.
Ouvem-se os murmúrios da fantasia pueril.
Desejos de uma paixão ardente,
Sibilando palavras do amor viril.



Onde as bocas se calam
Recanto do silêncio,
Maestria da solidão,
Amor guardado no peito,
Sem pudor e nem perdão.


O tempo fei-se soberano.
Onde as bocas se calam com panos,
A escuridão, sua rainha,
Amordaçadas ao relento.
As bocas, proibidas de sentimentos.
Calam-se ao mais frio sofrimento
E esperam do silêncio,
Entre estalos e beijos,
Algo que traga dignidade.
Onde se tornam, de verdade,
Filhas da liberdade.

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